quarta-feira, janeiro 24, 2007

 
Ah! Inclusão. Inclusão é uma palavra muito forte. Esse mundo ainda está fechado para essa palavra. Não diria totalmemte fechado. Diria semi-aberto. Ainda é muito difícil as pessoas aceitarem o diferente, o novo. Moro numa cidade do interior de Minas Gerais. Porém aqui não se nota exclusão social por parte de escolas, mas sim por parte das pessoas. Aos 4 anos de idade, comecei minha vida em sociedade, entrando para a escola regular. Ali fui muito bem recebido pelo corpo docente e pelos colegas de sala também. Criança é a alma mais pura que tem. Não se vê preconceito. Ali no meu grupo escolar não me sentia excluído, mas também não tinha meu grupo de amigos. Depois eu fui para o colégio. Também a mesma coisa. Eu me isolava ( não pelo fato de me sentir excluído, mas pelo fato de não procurar me enturmar ), enfim não conheci ali uma verdadeira amizade. Também nem liguei, pois meus colegas puxavam conversa comigo e até ríamos juntos. Mas verdadeira amizade ali? Não. O tempo foi passando até que chegou um grande dia: vestibular. Prestei vestibular para direito e passei. No primeiro dia de aula conheci uma menina ( que já me conhecia ) que me fez perceber a verdadeira amizade. Dois meses depois, o golpe: trai a confiança dela. Imaginem. Um cara que não tinha verdadeiros amigos, encontra mais tarde e perde rápido. Anciedade. A procurei demais para fazermos as pazes. Meu erro. Essa anciedade me atrapalhou demais. Hoje às vezes me sinto excluído do convívio com meus colegas. Talvez por vê-la e não poder aproximar muito. A gente se fala mas não como antes. Quero deixar claro que não é paixão. É simplesmente uma demonstração de amizade por ela. Se lerá, não sei. Mas ainda tenho esperança de tê-la como amiga de novo. Hoje só conheço uma verdadeira amizade. A do meu primo, o qual o considero um pai. Mas mesmo assim não o vejo todo dia, só de vez em quando, pois nossa distância é de 240 Km.

Obs: ela tem namorado, e eu admiro muito o namoro deles, porque eles se amam muito. Têm o que é fundamental num relacionamento. Cumplicidade.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

 
O deficiente às vezes é visto como criança. Mas isso é certo? É certo nos tratar como crianças de 5 à 10 anos de idade mesmo tendo seus 20 anos? Bom, se é certo, não sei. Não vou aqui pré-julgar o comportamento de outrém. Mas eu como deficiente, às vezes me sinto uma criança por algumas atitudes, que sei que estão erradas mas meu ponto fraco fala mais alto. Entretanto há algumas atitudes que eu tomo mas não as sigo até o fim, creio eu que é constrangimento. Citarei uma atitude que me ocorreu ontem ( domingo ). Baxei o programa Kceasy, que serve para baixar música. Aí ontem eu estava baxando músicas antigas, quando me veio a mente qual? Ursinho Pimpão. Uma música bem infantil mesmo. Marcou meus primeiros anos de APAE, quando eu ficava numa sala de estimulação junto com mais 3 portadores de paralisia cerebral. Eu era o único PC ali que andava. Essa música passava praticamente diariamente para nós. E ontem eu fui baixá-la para tê-la. Assim, quando a gente é adulto e ouve uma música que marcou a infância a gente quer zuar com a música, não é mesmo? E isso é o que eu queria. Ouvi parte dela dela, e cancelei o download por vergonha. E o mesmo aconteceu com a música "O Circo" da Xuxa. Essa questão gera polêmica. Qual o comportamento mais adequado? As vezes me sinto uma criança no corpo de um adulto.

domingo, janeiro 21, 2007

 
Bem. Minha vontade está realizada. Criei meu blog que futuramente dará margens para uma auto-biografia. Espero colocar aqui questões que sirvam de reflexões para o mundo a respeito do que é ser deficiente e sentir na pele isso. E sentir preconceito, no fato de ser pré-julgado pelas pessoas. Porque só quem é deficiente sabe o que passa de preconceito e/ou discriminação. Nem mesmo os pais sabem.

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