sexta-feira, janeiro 09, 2009

 
Peça: Do outro lado
Sinopse: Marcos Arruda é um bandido que vive em perseguições policiais. Tem em sua ficha vários assassinatos. Devido a isso dá a sua família muitas dores de cabeça na tentativa de recupera-lo. Tentativas que são em vão. Num tiroteio policial, ele é atingido e é levado gravemente ferido para o hospital. Após 6 meses de estado de coma, Marcos falece e volta ao plano espiritual. Após várias terapias no plano espiritual, Marcos reencarna em Guilherme Silva. Guilherme é portador de paralisia cerebral. Passa por lembranças da outra vida e vai surpreender a todos.




Ato I- drogas
Cenário- favela


Colega- e aí mano, beleza?
Marcos- beleza cara. Trouxe o pacote?
c- claro. Num podia faltá, né?
m- já tomou?
c- to tinino pra hoje a noite. Agora é só ocê cherar esse troço.
Marcos cheira 2 pedras de crack
m- beleza. Tinino tamém. A que horas vai sê?
c- umas 8.
m- beleza. As 8 tamo aí na área.
Nesse momento Marcos e seu colega se despendem e vão cada um para suas casas. Enquanto isso André e Adriana acabaram de se casar.

Ato II- recém casados
Cenário- coreto da igreja e casa do casal
André- bem, estou muito feliz hoje.
Adriana- eu também. Mas o que esse aleijado faz por aqui?
A-bem?! Não a reconheço. Você é preconceituosa? Mas eu te amo assim mesmo. Você irá aprender muito comigo.
A-ah! Meu jeito ninguém muda. Vamos para casa?
Nesse momento o casal se dirige a casa
André- que casa linda! Aliás, que dia lindo!
Adriana- mesmo. Se não fosse aque aleijado para estragar nosso fim de cerimônia de casamento
And- bem........ pense no amanhã. Hoje você está sadia. Amanhã você pode estar numa cadeira de rodas. Ou pior, nosso filho pode ser como aquele rapaz.
Ad- se filho meu nascer aleijado eu o abandono.
And- não vou discutir. Você sabe o que faz.
Ad-é melhor mesmo. Vamos para nossa noite de núpcias?
And- claro.

Ato III- Marco sai de casa
Cenário- casa de Marcos
Marcos- e aê mãe? Beleza?
Mãe- meu filho! De novo com drogas?
M- que nada! To ligadão na parada.
m- pára meu filho. Já nem sei o que fazemos com você.
m- eu vou mim bora. Já não agüento tamta encheção de saco.
Ma- é triste ver meu filho perdido nas drogas..
Marcos deixa sua mãe falando sozinha e vai pegar suas coisas.
Ma- não vá. Você é minha vida.
M-eu vô. Num agüento mais broncas.
Ma-fica. Não falarei mais.
m- não. Vô porque quero liberdade e sei que a senhora preocupa demais.
Ma- mas eu sou sua mãe
m- mermo assim. Ta na minha hora. Adeus...
marcos sai e deixa sua mãe chorando

Ato IV: Marcos assalta a casa de André e Adriana
Cenário: casa de André e Adriana
Colega- é aquela casa, mano.
Marcos- manero. Mas num vai pega a gente não?
c- tranqüilo cara. Vamu nessa.
Os dois entram pela porta que não estava trancada.
Adriana- bem, vou beber água.
André- vai rápido. Ta tão bom
Adriana encontra os dois bandidos e grita:
Ad- ahhhhhhhhhhhhh! Socorro
André vê os dois e liga para a polícia.
Abd- a polícia já ta chegando.
A polícia chega
Policial- saem daí de mãos pra cima
c- é mió a gente se entregar, cara.
m- só saio daqui morto.
C- vô me entregar. Ocê faz o que quisé. Dei um conseio de amigo
m- ocê que sabe
o colega se entrega mas marcos fica.
m- ocê não me pega
p- saia. É melhor
m- só se for morto.Vem me pegá.
Começa um tiroteio entre Marcos e a polícia. Uma bala atinge em cheio o peito esquerdo de Marcos



Ato V: Marcos vai gravemente ferido para o hospital
Cenário: Hospital
Polícia- por favor. Emergência.
Enfermeira- o que foi?
p- houve uma troca de tiros e esse rapaz foi baleado.
e- deixe-me ver.- ela consulta Marcos que está totalmente inconsciente- temos que leva-lo urgentemente para a UTI.
Colega- qual o estado dele, doutora?
e- gravíssimo. É melhor avisar aos familiares e ficarem preparados para o pior.
c- aviso. Pode deixar.
O colega de Marcos avisa a mãe do rapaz que recebe a notícia desesperada.
Mãe- estou indo pra aí
c- esperamos então.
A mãe chega desesperada.
m- como ta meu filho doutora?
e- mal. Já entrou em coma.
m- ô meu Deus! Salve-o
Passam-se 6 meses.
e- sinto muito. Ele faleceu
m- não! Meu filho não! Meu filho não!
c- calma. Foi o melhor pra ele. Descansou.


Ato VI: Marcos chega ao céu
Cenário: céu
Anjo-próximo.
Marcos- sou eu
Anj- é. Você aprontou muito na última passagem pelo plano terrestre.
m- vocês vão me mandar lá pra baixo?
Anj- não. Pode entrar. Mas vamos lhe ensinar muito antes de você voltar.
m- quanto tempo leva?
anj- 9 meses. Exatamente o prazo de uma gestação.
m- e voltarei como?
Anj- para pagar seus erros da última vida, você poderá escolher dentre várias opções.
m- e quais são elas?
Anj- isso você só verá no momento de sua reencarnação.

Ato VII: André e Adriana contam para a família que vão ser pais
Cenário: casa de André e Adriana
André- conta você ou conto eu?
Adriana- pode contar
And- ok. Quero comunicar a todos que vamos ser pais de um menino que vai se chamar Guilherme.
Maria- que bom meu filho.
And- eu achei tão bom. Vou poder ensina-lo meu talento no futebol.
Todos riem.
m- e você Adriana? Como se sente?
Adr- queria uma menina. Mas qualquer um ta bom. Vindo perfeito e com saúde.
m- que isso?! Mesmo se for doente ou especial, vamos amá-lo e ensiná-lo coisas da vida, não é?
Adriana fica calada e todos se olham estranhando sua reação.
Adr- é.- diz sem graça.


Ato VIII: reencarnação
Cenário: céu
Anjo- bem! A partir de agora você não será Marcos. Você vai ser o espírito 1.
Espírito 1- ok. Você disse que eu poderia escolher como eu voltaria a terra.
Anj- verdade. Você poderá ser um padre, um mendigo bondoso, um voluntário ou um deficiente físico.
E1- ah! Quero ser deficiente. Portador de paralisia cerebral. Mas quero andar, falar e surpreender a todos.
Anj- que seja feita sua vontade.
E1- e de quem serei filho?
Anj- daquele casal cuja casa você assaltou antes de morrer.
E1- mas como? Aquela mulher é preconceituosa.
Anj- darei um jeito. No início ela irá rejeita-lo, mas depois ela verá que você precisará dela. Vou manda-lo para ela para você ensina-la o amor incondicional. Nosso Pai celestial sabe a ordem que me deu.
E1- vamos ver. Será um castigo para ela?
Anj- não. Será para ela brandar seu coração e dar valor nas pequenas coisas.




Ato IX: Adriana dá a luz
Cenário: hospital
Adriana- ai! Acho que minha bolsa rompeu.
André- Vamos. Ta na hora.
O casal se dirige ao hospital
And- ajuda! Ta na hora.
Recepcionista- não temos nenhum médico de plantão.
And- mas tem que ter. Meu filho ta passando de hora de nascer.
r- calma. Vamos ligar urgente para o médico.
A recepcionista liga e o médico chega após 2 horas de atraso.
Andr- doutor, meu filho!
Médico- vamos encaminha-la para a a sala de parto.
O médico chega com Adriana a sala de parto, o faz e vai a recepção.
And- nasceu?
m- sim, mas...
and-- mas?
m- não vou engana-lo. Seu filho é portador de paralisia cerebral.
And- que isso? Deficiência mental?
m- não. Felizmente não atingiu o intelecto. Atingiu apenas o físico e a fala.
Andr- ele vai andar? Vai falar?
m- ,sim. Com muita dedicação e carinho ele terá um ótimo desenvolvimento.
André pensa consigo: " como contar a Adriana? Vai ter que ser com jeito."
Adr- bem, é lindo, né?
And- sim, é.
Adr- perfeito e saudável?
André fica sem jeito.
Adr- bem me conta a verdade.
And- ele é deficiente. Tem paralisia cerebral.
Adr-não quero esse retardo mental.
And- não! Calma! O intelecto foi preservado!
Adr- mas não quero. Vou assinar a autorização para encaminha-lo para a adoção amanhã mesmo.
And- pense bem no que vai fazer. O médico disse que com muita dedicação e carinho ele terá um ótimo desenvolvimento.
Adr- não há nada o que pensar. Já decidi. Boa noite
Durante a noite, Adriana vai ao berçário por curiosidade, vê seu bebê e pensa: " não posso abandona-lo! Juntos vamos lutar."
Amanhece o dia. André chega sem graça ao quarto de Adriana.
Andr- bom dia. Trouxe os papéis.
Adr- bem! Mudei de idéia. O Guilherme precisa de nós.
Andr- eu sabia. Você é maravilhosa!

Ato X: Guilherme é um rapaz
Cenário: casa da família

Guilherme- mãe! O mundo é cruel. Há muito preconceito.
Adriana- não liga. O importante é que você venceu nessa vida.
Gui- há uma coisa que é estranho. Vi um homem e uma senhora de idade. Parecia que eu os conheço de algum lugar.
Adr- não liga meu filho. Bobagem. Mas e a faculdade, hein? Esse ano
Gui- sim. Mas uma vitória em minha vida.

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